quinta-feira, 19 de maio de 2011

Carta à uma póia - I (parte I)

Minha amiga, que tanta afobação é essa? Se acalme, você não tem que salvar o mundo ainda esta noite... nem durante tua vida toda... não, ela não é para isso. Basta que salve a si mesma, e poupe, assim, a mim e a sua mãe de tanta chorumela. A vida, minha amiga, não é tão misteriosa como parece, mistério mesmo é sua simplicidade.

Ai vai um mini manual da vida: Quando acordar de manhã não se apurinhe achando que tem que acabar com a fome no mundo, primeiro tome seu café tranqüila, ria da cara inchada de sono de seu irmão, beije a sua mãe e só. Se arrume, vá trabalhar e ria como bem sabe fazer para suas crianças. Volte pra casa, almoce, xingue pela bagunça da casa e durma no sofá assistindo sessão da tarde. À noite na igreja não precisa prestar atenção em tudo que o pastor diz... olhe para os lados, pisque pros gatinhos, que Deus não liga pra essas paqueradinhas. Essa rotina toda e esse ser sendo já cansa tanto a gente e você ai pensando em perfeição. Aff... dá preguiça só de pensar.

Tudo bem que sei que você é uma pessoa boa, que se incomoda com as injustiças do mundo, e isso é uma grande qualidade, a mais bonita, provavelmente, mas não vale morrer pelos outros (não dessa forma), não se ajuda ninguém assim. Se algum dia eu tiver triste e puder chorar no teu ombro terá matado minha fome de colo, se um dia sorrir despretensiosamente a um desconhecido terá matado a fome dele de simpatia. Ame um ou muitos alguéns e terás matado a carência de afeto de muito mais gente...

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