Minha amiga, pelo amor de Deus, desconfie! Desconfie de quem muito usa a memória, muito sabe e muito já estudou. Desconfie de quem não usa o coração e o esconde atrás dos livros que leu, das músicas que ouviu e dos lugares que conheceu. Não se encante por este tipo de gente... ou pior, não queira ser assim, dona de biblioteca.
Este tipo de vida não garante nada, viver é perigoso de qualquer jeito, pior ainda ignorando os riscos. Lembra-se de uma historinha que te contei um dia? Um sábio iria atravessar o rio e já na embarcação perguntou ao barqueiro se ele havia estudado gramática e ao receber resposta negativa sentenciou ‘pois você perdeu metade da vida’; passado algum tempo o barqueiro pergunta ao sábio ‘você aprendeu a nadar?’, o sábio diz que não e recebe a notícia ‘pois perdeste a vida inteira’.
Não tenha vergonha, minha flor, de usar o word constantemente para verificar se é ‘s’ ou ‘ss’, ‘x’ ou ‘ch’. Vergonha eu terei de ti se passares por ai cheia de dados na cabeça e não souber contar uma piada, se não souber rir do tempo ‘perdido’, se errar e achar - senão por um minuto - que é o fim do mundo , se não se envolver com o encanto de uma criança e como ela que nada sabe e nem pretende.
Não se engane, como eu, achando que vida é descrita em tratado científico e em sistema filosófico, vida é liberdade poética. Pra ser artista não é preciso conhecer a história da arte é só pulsar no ritmo do coração.
terça-feira, 24 de maio de 2011
domingo, 22 de maio de 2011
O que nos une
A gente se esbarra, se estranha, lança um olhar “não fui com tua cara"... Mas tem algo que nos une, e não vai deixar de unir: a dor diante da morte. Porque eu e você - separados ou juntos e nos mesmos ou em momentos diferentes – nos igualamos na dor da perda, independente de qualquer coisa, fora o coração que gosta e que sente. Essa é a dor mais justa que existe, não por chegar a todos, mas porque nos arrasa indiscriminadamente - sem se importar se somos legais ou se passamos no sinal vermelho, se a gente sede lugar no ônibus ou se a gente joga lixo no chão, se somos maduros e confiantes ou bobos ignorando as pessoas ao nosso redor. A morte de quem a gente gosta faz isso: nivela-nos a quem a gente não gosta tanto e evidencia que não somos tão especiais assim por que cuidamos dos nossos.
Original de 2008
Original de 2008
sexta-feira, 20 de maio de 2011
Carta à uma póia - I (parte II)
Viver o que é ao certo não sei, mas sei que não é ser super-herói, santo ou mártir. É verdade que o capitalismo é uma sanguessuga de trabalhadores, que tem muita gente doente, tem muita gente com fome, tem muita gente desabrigada... Mas lembre-se também de quantas pessoas estão de barriga cheia, espalhadas no sofá vendo fantástico e de coração frio, seco... porque não mataram sua sede de carinho, a fome de atenção.
Sou tua amiga cheia de segundas intenções, se eu te escrevo essa carta, se escuto seus celeumas e se me sirvo de colo pra você é porque eu tento matar sua carência de atenção, de amor, de cuidado e ainda mais por que eu espero que você faça o mesmo por mim e por muitas outras pessoas. Porque meu desejo é que o mundo seja um jardim de sorrisos e eu começo sorrindo uma flor pra você, mesmo que você seja meio póia, meio sem noção e mesmo que você quase coloque meus segredos no rádio.
Mais do que eu, tem Deus que te ama independente de qualquer coisa, é importante te lembrar que é precisamente este tipo de amor nossa única e primeira obrigação nessa vida: amar desmerecidamente. Primeiro este amor, minha amiga.... por você e pelas outras pessoas. Só depois disso você poderá sair por ai mantando fomes literalmente, levantando bandeira contra o capitalismo, o desmatamento, a poluição e a pobreza. Mas antes... pare de chorar, arruma a maquiagem, o cabelo e abra um sorriso, não só no rosto, no coração mesmo.
“E a História humana não se desenrola apenas nos campos de batalha e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostíbulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros de esquina.”
Ferreira Gullar
Sou tua amiga cheia de segundas intenções, se eu te escrevo essa carta, se escuto seus celeumas e se me sirvo de colo pra você é porque eu tento matar sua carência de atenção, de amor, de cuidado e ainda mais por que eu espero que você faça o mesmo por mim e por muitas outras pessoas. Porque meu desejo é que o mundo seja um jardim de sorrisos e eu começo sorrindo uma flor pra você, mesmo que você seja meio póia, meio sem noção e mesmo que você quase coloque meus segredos no rádio.
Mais do que eu, tem Deus que te ama independente de qualquer coisa, é importante te lembrar que é precisamente este tipo de amor nossa única e primeira obrigação nessa vida: amar desmerecidamente. Primeiro este amor, minha amiga.... por você e pelas outras pessoas. Só depois disso você poderá sair por ai mantando fomes literalmente, levantando bandeira contra o capitalismo, o desmatamento, a poluição e a pobreza. Mas antes... pare de chorar, arruma a maquiagem, o cabelo e abra um sorriso, não só no rosto, no coração mesmo.
“E a História humana não se desenrola apenas nos campos de batalha e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas de subúrbios, nas casas de jogos, nos prostíbulos, nos colégios, nas usinas, nos namoros de esquina.”
Ferreira Gullar
quinta-feira, 19 de maio de 2011
Carta à uma póia - I (parte I)
Minha amiga, que tanta afobação é essa? Se acalme, você não tem que salvar o mundo ainda esta noite... nem durante tua vida toda... não, ela não é para isso. Basta que salve a si mesma, e poupe, assim, a mim e a sua mãe de tanta chorumela. A vida, minha amiga, não é tão misteriosa como parece, mistério mesmo é sua simplicidade.
Ai vai um mini manual da vida: Quando acordar de manhã não se apurinhe achando que tem que acabar com a fome no mundo, primeiro tome seu café tranqüila, ria da cara inchada de sono de seu irmão, beije a sua mãe e só. Se arrume, vá trabalhar e ria como bem sabe fazer para suas crianças. Volte pra casa, almoce, xingue pela bagunça da casa e durma no sofá assistindo sessão da tarde. À noite na igreja não precisa prestar atenção em tudo que o pastor diz... olhe para os lados, pisque pros gatinhos, que Deus não liga pra essas paqueradinhas. Essa rotina toda e esse ser sendo já cansa tanto a gente e você ai pensando em perfeição. Aff... dá preguiça só de pensar.
Tudo bem que sei que você é uma pessoa boa, que se incomoda com as injustiças do mundo, e isso é uma grande qualidade, a mais bonita, provavelmente, mas não vale morrer pelos outros (não dessa forma), não se ajuda ninguém assim. Se algum dia eu tiver triste e puder chorar no teu ombro terá matado minha fome de colo, se um dia sorrir despretensiosamente a um desconhecido terá matado a fome dele de simpatia. Ame um ou muitos alguéns e terás matado a carência de afeto de muito mais gente...
Ai vai um mini manual da vida: Quando acordar de manhã não se apurinhe achando que tem que acabar com a fome no mundo, primeiro tome seu café tranqüila, ria da cara inchada de sono de seu irmão, beije a sua mãe e só. Se arrume, vá trabalhar e ria como bem sabe fazer para suas crianças. Volte pra casa, almoce, xingue pela bagunça da casa e durma no sofá assistindo sessão da tarde. À noite na igreja não precisa prestar atenção em tudo que o pastor diz... olhe para os lados, pisque pros gatinhos, que Deus não liga pra essas paqueradinhas. Essa rotina toda e esse ser sendo já cansa tanto a gente e você ai pensando em perfeição. Aff... dá preguiça só de pensar.
Tudo bem que sei que você é uma pessoa boa, que se incomoda com as injustiças do mundo, e isso é uma grande qualidade, a mais bonita, provavelmente, mas não vale morrer pelos outros (não dessa forma), não se ajuda ninguém assim. Se algum dia eu tiver triste e puder chorar no teu ombro terá matado minha fome de colo, se um dia sorrir despretensiosamente a um desconhecido terá matado a fome dele de simpatia. Ame um ou muitos alguéns e terás matado a carência de afeto de muito mais gente...
Palavra de luxo
Ensinamento
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
Adelia Prado
Minha mãe achava estudo
a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
"Coitado, até essa hora no serviço pesado".
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.
Adelia Prado
segunda-feira, 2 de maio de 2011
novo terrorismo psicológico
DIA HISTÓRICO: OSMA FOI MORTO! uuuufaaaa..... (diz a 'voz' do mundo)
Mas calma ai....
é possível a retaliação da Alcaeda???
e o Ayman al-Zawahiri ?
OMG --'
Mas calma ai....
é possível a retaliação da Alcaeda???
e o Ayman al-Zawahiri ?
OMG --'
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