sexta-feira, 30 de setembro de 2011

ainda

"O amor é a capacidade de descobrir no outro o que ele ainda não viu que tem."

Pe. Fábio de Melo

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

frente a frente

Eu, hoje, frente a frente com o que eu era antes, tanto foi o que eu aprendi, tanto foi o que mudou.
Eu, hoje, frente a frente com o que eu vou ser, tanto o que vou aprender, tanto o que vai mudar.

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

beleza singular

"O amor, devagarinho, esgarça o tecido que veste as nossas defesas e deixa a nossa alma toda de fora. Depois, sorri, encantado, diante da beleza singular da nossa nudez."

Ana Jácomo

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Tudo vale a pena

“Nós somos do tamanho dos nossos sonhos.Há,em cada ser humano,um sebastianista louco,vislumbrando o Quinto Império;um navegador ancorado no cais, a idealizar ‘mares nunca dantes navegados’;e um obscuro D. Quixote de alma grande que,mesmo amesquinhado pelo atrito da hora áspera do presente,investe contra seus inimigos intemporais:o derrotismo,a indiferença e o tédio.

Sufocado pelo peso de todos os determinismos e pela dura rotina do pão-nosso-de-cada-dia,há em cada homem um sentido épico da existência,que se recusa a morrer,mesmo banalizado,manipulado pelos veículos de massa e domesticado pela vida moderna.

É preciso agora resgatar esse idealista que ocultamente somos,mesmo que D. Sebastião não volte,ainda que nossos barcos não cheguem a parte alguma,apesar de não existirem sequer moinhos de vento.
Senão teremos matado definitivamente o santo e o louco,que são o melhor de nós mesmos,senão teremos abdicado dos sonhos da infância e do fogo da juventude;senão teremos demitido nossas esperanças.

Utopias?Talvez sonhos irrealizáveis de algum poeta menor,mas convicto de que nada vale a pena,se a alma é mesquinha e pequena”

"Tudo vale a pena se a alma não é pequena""

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Dessa forma

A cada dia mais me convenço que viver é imperativo, é uma ordem. A cada dia seu fardo. A cada dia sua alegria ou sua tristeza. Mas sempre um dia de cada vez. Muita coisa eu não sei, muita coisa na gente mesmo é preciso aceitar, é preciso aceitar que a gente sente inveja, que a gente é egoísta, tem ciúmes e que a gente quer ter tudo. É preciso aceitar que a gente nem sempre sabe de é s, c, ç ou ss.

É preciso aceitar que tudo tem seu fim, as dores e os prazeres. Os amigos se vão, e é preciso permitir o mesmo aos inimigos. É preciso admitir que a gente fica tímido na frente de quem a gente gosta de mal saber o que falar, sem saber pra onde olhar, pior ainda o que fazer e ainda tudo isso um dia acaba e perde o sentido, ai é preciso aceitar que acabou, como tudo acaba. É preciso compreender essencialmente que a gente não vai ser nunca perfeito, aliás, a gente e nem ninguém.

Original: 22/08/2011

Como cebolas

"a melhor maneira de enxergar as pessoas é como cebolas, que têm vários invólucros, mas não têm caroço. Nós não temos caroço, nós somos os invólucros. Não é tirando as roupas e acessórios que encontraremos “quem somos realmente”. Essa é uma reivindicação bastante recorrente no amor, por exemplo. “Você não me ama pelo que sou verdadeiramente. Você me ama porque tenho carro importado e uma casa na praia.” As mulheres têm estas frases: “Você me ama porque sou bonita, não por mim mesma”. Mas o que é “mim mesma”? Quem é você senão a pessoa que fez isso ou aquilo na vida, que acumulou coisas, que é bonita? Mas achamos, equivocadamente, que essas coisas são só superficiais. E essa sensação de que a nossa imagem não representa aquilo que realmente somos se tornou uma grande fonte de sofrimento hoje em dia."

Contardo Calligaris

terça-feira, 13 de setembro de 2011

O que é o amor

Amor é o que lhe assalta. Ele saca fundamentalmente suas fraquezas, suas dores, suas culpas. O amor chega onde mais dói. Chega nos seus medos e ali ele se instala, pois é lá seu lugar. Onde falta amor sobra medo, sobra receio, sobra insegurança. A função do amor é tornar-te mais belo, é tornar o mundo mais belo, o amor é busca e a manutenção da virtude na vida – NO MÍNIMO - dos amantes.

Qualquer outra coisa que tenta te expor nas suas dúvidas e caídas nem de longe e amor. Essa fala não é fala de amor. É fala de quem diz “eu preciso de amor”, “me dê amor”. Isso é justamente o contrário. Portanto, coração, o amor é aquilo que doa, que entrega e deixa livre. O que pede, o que retém e o que prende, pede, quer reter e prender amor, o amor que não é capaz de oferecer.

Original de Outubro de 2010.

"O amor tem a capacidade de fazer os pedaços despedaçados voltarem a ser inteiros." Pe. Fábio de Melo

Conclusões sobre o acaso e o livre-arbítrio, o destino e a liberdade.

Existem coisas na vida que realmente não estão sob nosso controle, a chuva, o humor dos meus professores, se a Xerox da faculdade vai funcionar ou não, se o hoje eu vou conhecer o grande amor da minha vida. Mas é muito cômodo agir como se não tivesse responsabilidade alguma. Mesmo que chova eu preciso sair de casa, com uma sombrinha, é preciso suportar o (mau) humor das pessoas com quem convivo, dar um jeito de arrumar material de estudo e viver mais uns dias (espero mesmo que só uns dias) sem o meu grande amor.

O acaso, as forças das naturezas, Deus, destino ou qualquer coisa conhecida ou desconhecida que a gente não controla existem nas nossas vidas, assim acredito, mas não estamos totalmente a mercê delas, há algo a ser feito, uma brecha de atuação e responsabilidade. É preciso assumir a nossa responsabilidade pela falta de coragem de sair na chuva só para não molhar os sapatos, ou a falta de tolerância com o professor que estava passando por um dia ruim, o comodismo de contar apenas com a Xerox da facul, e ainda assumir que talvez não gostamos suficiente de nós mesmos ou ainda não estamos prontos pra reconhecer o nosso grande amor em alguma esquina, ou em alguém que conhecemos faz muito tempo.

Original: 29/03/2011

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Passagem da Noite

Passagem da Noite

É noite. Sinto que é noite
não porque a sombra descesse
(bem me importa a face negra)
mas porque dentro de mim,
no fundo de mim, o grito
se calou, fez-se desânimo.
Sinto que nós somos noite,
que palpitamos no escuro
e em noite nos dissolvemos.
Sinto que é noite no vento,
noite nas águas, na pedra.
E que adianta uma lâmpada?
E que adianta uma voz?
É noite no meu amigo.
É noite no submarino.
É noite na roça grande.
É noite, não é morte, é noite
de sono espesso e sem praia.
Não é dor, nem paz, é noite,
é perfeitamente a noite.

Mas salve, olhar de alegria!
E salve, dia que surge!
Os corpos saltam do sono,
o mundo se recompõe.
Que gozo na bicicleta!
Existir: seja como for.
A fraterna entrega do pão.
Amar: mesmo nas canções.
De novo andar: as distâncias,
as cores, posse das ruas.
Tudo que à noite perdemos
se nos confia outra vez.
Obrigado, coisas fiéis!
Saber que ainda há florestas,
sinos, palavras; que a terra
prossegue seu giro, e o tempo
não murchou; não nos diluímos!
Chupar o gosto do dia!
Clara manhã, obrigado,
o essencial é viver!

Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 6 de setembro de 2011

bem-me-quer


A vida, esta vida que inapelavelmente, pétala a pétala, vai desfolhando o tempo, parece nestes meus dias ter parado no bem-me-quer.
— José Saramago

sábado, 3 de setembro de 2011

uma vez, sinceridade.

Meu bem, olha pra mim. Olha pra você. Veja só o que aconteceu com gente. Veja só o que fez comigo. Veja o que eu fiz com você.
Eu te contei uma história tão feia, eu falei uma mentira enorme, eu te enganei tanto. Eu disse que não sairia pelo mundo magoando ninguém. E veja só que imediatamente você foi a primeira vítima desse meu coração egoísta desacostumado com sentimento. Coração prepotente que acha que sabe de tudo, foi ele que errou muito e feio.
Eu falei também que não acreditava nas palavras, e nas minhas você não deve mesmo acreditar. Provavelmente a única coisa sincera que posso te falar é desculpa.
Olhe bem pra mim, veja o quão inápta eu sou pra cuidar de carencias. Eu sei fazer uma equação, um resumo, uma dissertação. Eu sei usar a mente, mas tudo que aprendi de coração foi a escondê-lo 
 Desculpa que pelo meu medo de sofrer eu lhe cause sofrimento. Desculpa pela minha prudência egoísta, desculpa por te iludir, por te amedrontar, por não cuidar de você.