“Nós somos do tamanho dos nossos sonhos.Há,em cada ser humano,um
sebastianista louco,vislumbrando o Quinto Império;um navegador ancorado
no cais, a idealizar ‘mares nunca dantes navegados’;e um obscuro D.
Quixote de alma grande que,mesmo amesquinhado pelo atrito da hora áspera
do presente,investe contra seus inimigos intemporais:o derrotismo,a
indiferença e o tédio.
Sufocado pelo peso de todos os determinismos e
pela dura rotina do pão-nosso-de-cada-dia,há em cada homem um sentido
épico da existência,que se recusa a morrer,mesmo banalizado,manipulado
pelos veículos de massa e domesticado pela vida moderna.
É preciso
agora resgatar esse idealista que ocultamente somos,mesmo que D.
Sebastião não volte,ainda que nossos barcos não cheguem a parte
alguma,apesar de não existirem sequer moinhos de vento.
Senão teremos
matado definitivamente o santo e o louco,que são o melhor de nós
mesmos,senão teremos abdicado dos sonhos da infância e do fogo da
juventude;senão teremos demitido nossas esperanças.
Utopias?Talvez sonhos irrealizáveis de algum poeta menor,mas convicto de que nada vale a pena,se a alma é mesquinha e pequena”
"Tudo vale a pena se a alma não é pequena""
Belo texto!
ResponderExcluirBeijokas