terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Porque a vida só me oferece limões

Nessas férias tudo que mais tenho feito é dormir, mas quando canso vou ler alguma coisa ou assistir à um filme. Ontem vi Coraline. Soube dele em um texto que o analisa sob o foco psicanalítico, fiquei interessada e baixei, mas cheguei a conclusões um tanto mais pessoais (ou superficiais).

Resuminho: O filme foi baseado no livro de Neil Gaiman e conta a história de uma menina que anda infeliz, pois mudou de casa e seus pais não lhe dão atenção. De repente ela encontra uma porta secreta que dá acesso a um mundo onde tudo é muito maravilhoso, do jeito que ela sempre sonhou. O preço por toda essa felicidade? A sua própria vida. Mas ao perceber isso, já é tarde demais e para vencer este problema ela tem que derrotar a vilã da história, uma bruxa malvada que engana criancinhas infelizes.

Fiquei a pensar nas vezes em que me senti a última pessoa da face da terra (draminha >.<), como Coraline, e ai a criação de um mundo novo, no qual tudo era perfeito, servia com um refúgio, onde me abrigava ao fugir da "realidade". Convenhamos que todo mundo vive fases em que nada dá certo, a solidão aperta no peito e parece que só a dor é companheira enquanto coisa alguma vai passar; fazendo da fuga a única opção. O começo é até satisfatório, mas não demora aparece "uma mãe" que quer trocar arrancar nossos olhos e por botões no lugar e o sonho vira pesadelo.


Tem uma frase de Proust (não sei se é mesmo dele) que rola na internet assim: "A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos.". É a essa conclusão que cheguei assistindo ao filme, Coraline não perde seus olhos, mas ela tranca a porta secreta do tal mundo maravilhoso e volta pra sua realidade com os seus pais, que não lhe dão tudo o que deseja, para o jardim da sua casa, que não é magnífico como o do outro mundo, e para os vizinhos que a chamam de "Caroline". Mesmo que não seja perfeita é essa a vida que ela de verdade tem e com certeza depois ela passou a ver diferente (ou melhor) tudo isso.

Quando eu me apaixono o mundo parece que fica cor de rosa, tudo lindo e perfeito, mas quando a paixão acaba é preciso voltar a minha vida de verdade, a real. Me olhando no espelho e não me achando bonita, ciente de que as pessoas podem me decepcionar, de que nem tudo vai dar certo - na verdade mais coisa costuma dar errado que certo -, mas que com um pouco de sorte e com um olhar mais doce entre uma agrura e outra haverá alguma alegria.

PS: Quatro dias atrás fiz 18 anos e um bom tempo antes eu planejava escrever um post para a data mas não deu certo, escrevi alguns parágrafos desconexos que vão ficar pra uma outra oportunidade.

4 comentários:

  1. Bom, não vi o filme mas parece bom, o Neil Gaiman é ótimo.
    Acho que na vida muitas vezes ficamos focados no ruim e paramos de ver o que há de bom por trás e isso só nos traz sofrimento, saber ver o que há de bom é uma virtude.

    Parabééééns pelos seus 18 anos :D

    Beijos

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  2. Assisti com as crianças na escola,eles se assustaram um pouco,acho que até um filme mais feito para adultos,apesar da temática infantil.Não tinha parado pra pensar nele dessa forma,dos olhos!
    Beijos

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  3. até q vc teve uma visão interessante do filme, eu gostei da animação, mas detestei o filme em si... olhando por essa ótica, fica até q bom
    =)

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  4. Sabe que eu não fui muito fã do filme? Não sei se não tava num dia pra cinema, mas não curti e nem me envolvi na história como você :(

    (mas ainda adoro a personagem de cabelo azul)

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