sábado, 29 de janeiro de 2011

Carta à um amigo e o que eu não sei mais.

No janeiro passado sua presença se fazia definitiva na minha vida, dizendo-me quem eu era, o que sentia, o que era a vida e tudo mais. No mês atual não posso suportar a calmaria das manhãs e lembrar de você, não posso nem mesmo com o amargo do chá verde e com a minha imagem no espelho, que já não me diz nada, só revela a falta, a sua falta.

As músicas de antes, agora penetram meus ouvido feito arame farpado, e só me consola os versos do poeta que dizem "Futuros amantes, quiçá / Se amarão sem saber / Com o amor que eu um dia / Deixei pra você". Além disso, tudo o que vejo é o mundo aqui debaixo e as estrelas parecem extremamente distantes.

Se sinto saudade? Muita. Saudade daquela sua alegria, a qual me prometeu simpaticamente que eu seria alegre pro resto da vida, que nunca mais reclamaria de sertanejo, do Faustão e do Big Brother, que nunca mais me aporrinharia com provas, testes e com o que pensam as pessoas. A minha dor no ouvido iria sumir junto com minhas dores de cabeça, os quilos extra e as marcas de espinha no rosto, e meu cabelo seria lindo: com você ao meu lado, que faria do meu sonho realidade e de mim eu mesma. Esqueceria que a vida é vazia, sem sentido, e que a dor existe, como se tudo que vivi antes fosse apenas um filme que eu assistir, mas não experimentei na pele.

Meu amigo, não mais meu amor.

E eu agora quem sou, o que sinto? Não sei.

3 comentários:

  1. O pior é que eles partem e só deixam as lembranças das coisas vividas e até das não vividas. Ainda bem que tudo isso passa.
    Beijos!

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  2. É uma dor, um vazio. Entendo você.
    Tudo isso me parece final de ensino médio quando você não tem mais idéia do que fazer sem a vida de antes.

    beijos

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