sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Feliz ano velho (parte II)

Apesar dos tropeços no percurso, foi neste ano de 2010 que os eu olhei pros cantos e enxerguei os efeitos persistentes de uma morte que eu nem lembrava conscientemente mas que ainda dói; entendi o que realmente a vida exige e dentre essas exigências quais eu posso oferecer; decidi o que quero fazer da vida, e isso me trouxe muita leveza; enfim, "lamentei, já quis a morte, fui da faca o corte mas me levantei, entendi as linhas tortas, destranquei as portas, todo mal me fez bem."

"poderia até pensar que foi tudo sonho
ponho meu sapato novo e vou passear
sozinho, como der, eu vou até a beira
besteira qualquer nem choro mais"

Senti a falta que uma amiga verdadeira faz, senti falta de um ombro desinteressado, de um palavra sincera, de conversar com quem fala sua língua. Aprendi a conviver melhor com pessoas diferentes de mim. Descobrir que o amor é gratuito, desmerecido, inesperado e que é a única coisa justifica e assegura a vida. Sofri, também, a dor do egoísmo, compreensão escassa, da falta da verdade e de encontros reais, com quem não se esconde.

"só levo a saudade morena
e é tudo que vale a pena"

Concluo que, conforme Fernando pessoa, viver não é preciso, mas tudo vale a pena, se a alma não é pequena.

2 comentários:

  1. Eu também senti falta de um ombro amigo,eu fui perdendo alguns ao longo do tempo,esse ano acho que fiquei bem sozinha,mas espero que isso mude ano que vem!
    Beijos

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  2. Gostei de sua reflexão e principalmente de sua conclusão! Espero que 2010 tenha sido um ano de aprendizado. Que 2011 seja um ano de vitórias!

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