terça-feira, 21 de junho de 2011

Caixa de pandora

Eu estava no meio do caminho de superar este medo, no caminho de não sofrer com a coroca dor, mas eis que ela me surpreende impaciente e grita sua volta me dizendo que eu fiz pouco, que eu andei devagar. E meu coração todinho doeu. E meu coração todinho ainda dói, ainda chora sem entender o pq dessa dor o aporrinhar mais uma vez e logo agora que eu já sabia dela, só não esperava essa rasteira, não tão rápido assim, sem me permitir caminhar mais um pouco a sua frente.

O coração dói todinho. E apesar de ter sentido culpa, de ter achado ‘deveria ter feito mais’, eu sei que fiz o que podia, o que sabia no momento, muito mais do que fiz nas outras vezes, eu fui covarde sim, eu ainda tinha o medo, mas já era muito menor, e seria quase inexistente se eu tivesse mais um tempo. Mas não vou lamentar. O coração dói todinho, mas vai passar. Essa dor vai passar, esse medo vai acabar e um dia eu vou lembrar desse dia como uma dia superado, vou olhar no olho dessa dor e ela não vai mais me machucar e esse medo não vai mais tornar morosa a minha coragem.

Talvez eu tenha subestimado essa dor, depois de ter superado outras dores aparentemente maiores, aparentemente mais cruéis eu julguei estar imune de dor, ter tomado a vacina. Eu julguei que ter visto o mundo de cima uma vez nunca mais me faria amargurar tantas perdas e desilusões, essas que senti deste então. E o coração doeu todinho enganado, desconsolado.

Depois de tudo de inesperado ter saído da caixa de pandora me resta a esperança de que meu coração ainda dói, mas essa dor será superada como as outras foram, esse engano será desfeito como os outros foram.


"Não é raro, tropeço e caio. Às vezes, tombo feio de ralar o coração todinho. Claro que dói, mas tem uma coisa: a minha fé continua em pé." Ana Jácomo

Um comentário:

  1. cair e tropeçar e sofrer são coisas horríveis, mas, bem lá no fundo, eu gosto, porque essas coisas dão a chance de recomeçar e mudar o que não estava bom o suficiente. (:

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